O livro começa com Nora, uma jornalista que vive uma
vida livre e desapegada de sentimentos desolada com o
cruel assassinato de sua pacata irmã Fanny . Cansada de
sofrer perdas, como a dos pais e dos irmão ela está
decidida a descobrir o assassino da boa enfermeira que
ela na verdade mau conheceu, sua irmãzinha Fanny. Seu
principal suspeito é o professor Michael/M , o homem
que sua irmã descreve em seu diário como sendo seu
namorado, nesse diário as coisas que Fanny descreve
são horrendas, ele é dado ao sadomasoquismo, até ai
tudo bem né? Afinal esse novo estilo de vida parece ser
tão excitante....errado! O Sr. M tem gostos peculiares e
muito assustadores, a pratica do seu estilo de
sadomasoquismo tende a ser completamente
humilhante, triste e sofrido para suas parceiras. (envolve
até animais e excrementos! Ecaaa)
Porém nossa Nora mau conheceu a irmã, viveu sempre
em função do seu trabalho, e nunca de fato observou a
calada garotinha que perdeu os pais tão cedo, mas
graças ao diário tanto Nora como nós leitores vamos
descobrindo quem era Fanny.
Durante todo livro temos a história de Fanny sendo
contada de forma intercalada por ela mesma através de
seu diário. Nesses momentos ela nos descreve como
conheceu o Sr. M , como o relacionamento deles
começou, as suas experiências sexuais, em
minha opinião e acredito que na dela também
humilhantes vamos vendo ela contar o quanto era
dependente dele em sua vida, do tipo que rasteja só
para não perde-lo, vamos descobrindo sobre sua
infância, e sobre como a trágica morte de seu irmão a
moldou para ser essa adulta carente e problemática.
Voltando a Nora, ela decidiu que a melhor forma de
conseguir provar que M matou sua irmã seria se mudar-
se para cidade dele e passar a segui-lo, colocando de
lado seu atual relacionamento Nora vira uma pessoa
obcecada e faz um triste trato com M. Onde ela dorme
com ele, sede a seus caprichos e ele vai contando a
história de Fanny até chegar o dia de sua morte.
Essa parte foi difícil de engolir, quem dorme com o
homem que dormiu com sua irmã e talvez a tenha
matado? Me revoltei ai e quase larguei a leitura....
Mas a curiosidade fala mais alto rs
Nora começa a alucinante vida em torno de Michael , ela
está sendo de certa forma enfeitiçada por ele,
infelizmente para ela, suas práticas
de sadomasoquismo são atraentes e ela não percebe o
momento em que se perdeu entre suas mentiras e
maldades. Ela é corrompida e quando percebe no que
sua vida se transformou pode ser tarde de mais para ela,
assim como foi tarde para Fanny ...
A autora nos mostra no mesmo livro o quanto é tênue a
linha entre o prazer e a humilhação, a dor. Enquanto
para Nora algumas coisas que M faz são excitantes, para
Fanny foi completamente humilhante, perturbador e
dolorido, até mesmo Nora, acaba por perceber que é
errado as coisas que ela sente e faz. Esse é um outro
lado da moeda se comparado ao romântico e sexy ''50
Tons de Cinza''
Michael é um homem perturbador, sexy,
misterioso...não estou certa do que sinto por ele, nem
mesmo no final, pois uma coisa que ele diz é certa, ele
nunca obrigou ninguém a nada, no entanto não seria
criminoso e condenável se aproveitar de uma garota
ingênua com sérios problemas que está disposta a tudo
por ele? Não seria errado fazer coisas que para ela eram
tão sofridas? Eu diria que pode se considerar um apelo
emocional, ainda que ela tenha concordado, ela não
estava na sua razão para decidir nada.
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